sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ANSIEDADE.


Segundo Collins, ansiedade é uma sensação interna de apreensão, insegurança, preocupação, inquietação e/ou temor que é acompanhada de elevada excitação física. Em períodos de ansiedade o corpo fica em estado de alerta, pronto para fugir ou lutar. O coração bate mais depressa, a pressão sanguínea e a tensão muscular se elevam ocorrem trocas químicas, e intercâmbio de sinais neurológicos, ás vezes ocorre aumento da transpiração, a pessoa pode se sentir fraca, nervosa e incapaz de relaxar.
Os estudiosos identificaram vários tipos de ansiedade: normal e neurótica, moderada e intensa, aguda e crônica. Ansiedade normal é algo que todos experimentamos vez por outra, geralmente quando existe algum perigo real ou circunstancial. Na grande maioria das vezes a ansiedade é proporcional ao perigo. A ansiedade neurótica envolve sensações extremamente exageradas de impotência e terror mesmo quando o perigo é mínimo ou inexistente.
Muitas vezes uma dose moderada de ansiedade pode evitar certos perigos, atua como agente preventivo em situações perigosas, este tipo de ansiedade é desejável e até salutar, já a ansiedade intensa é mais estressante. Ela pode dificultar a concentração, provocar esquecimento, baixar o nível de desempenho, interferir com a capacidade de solucionar problemas, bloquear eficiência da comunicação, gerar pânico e, ás vezes provocar desagradáveis sintomas físicos tais como taquicardia ou intensas dores de cabeça. 
"Cerca de três anos atrás, uma senhora, sofreu infarto, numa noite em sua casa e como sempre diz “milagrosamente escapou dessa”, logo após o episódio procurou um cardiologista temendo algo mais sério, fez vários exames, eletrocardiograma, uma ultrasonografia do coração, mas nada apareceu em seus exames que explicasse um infarto. Fo então que o médico fez uma entrevista e uma das perguntas foi: “senhora é uma pessoa ansiosa?” e a resposta foi “não sei”, naquele momento a senhora fez vários questionamentos do por que daquela pergunta, em sua mente o médico queria dizer que ela estava com problemas mentais e precisava de auxilio psicológico. O que mais tarde, foi entendido com clareza por parte da senhora em questão que procurou auxilio e combate contra esse tipo de ansiedade, estudando sobre a assunto e exercitando-se de várias maneiras, uma delas é procurando ver o mundo e as situações de uma ótica diferente."
Um pesquisador em psicologia sugeriu que a ansiedade também pode ser aguda, um estado temporário, ou crônico, uma característica permanente. A ansiedade crônica,  por sua vez, é uma tensão emocional contínua, permanente e enraizada. Vista em pessoas que aprecem sempre estar preocupadas. Frequentemente ela acaba provocando doenças físicas por que o corpo não pode funcionar bem quando fica permanentemente tenso e agitado.
Dois outros tipos de ansiedade atraíram a atenção dos terapeutas e da mídia nos últimos anos: o Transtorno de Estresse Pós-traumático e a Síndrome do Pânico.

Mas e o que a Bíblia fala sobre a ansiedade?
Na Bíblia a palavra “ansiedade” é usada de duas maneiras, como uma preocupação e como um estado mental de aflição ou angústia. A Bíblia mostra grandes exemplos como do Apóstolo Paulo que em sua condição de missionário perseguido, 1) Tratava de problemas de relacionamento entre irmãos (Fp 1.14-17); 2) Estava preso; e 3) Pairava no ar a possibilidade de sua execução. Paulo tinha todo direito de estar ansioso. Quando caminhamos pelas páginas das cartas de Paulo vemos que a ansiedade que ele tinha era uma preocupação em relação ao crescimento da igreja, longe de desumanizar o missionário e apostolo Paulo, pois bem sabe que todo ser humano, sente medo frente as adversidades que enfrenta, mesmo sendo um grande homem ou mulher de Deus, conhecedor das Escrituras Sagradas.
O fato é que podemos vencer a ansiedade, enfrentando e não mascarando o problema, podemos ser honestos com Deus, falar a ele exatamente o que sentimos em relação ao tal momento que nos traz a ansiedade, talvez o homem e digo homem em termos de humanidade, não saiba que pode e deve conversar abertamente com Deus sobre o que lhe causa dor, medo, preocupação. Se ouve muito no seio da igreja é “Deus conhece meu coração sabe o que eu preciso”, contudo a própria Palavra diz em Lucas 12:22-32:
22 E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis.
23 Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes.
24 Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves?
25 E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura?
26 Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?
27 Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
28 E, se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
29 Não pergunteis, pois, que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos.
30 Porque as nações do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas.
31 Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
32 Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino.

No contexto Jesus estava falando sobre as várias intempéries as quais passariam seus discípulos perseguição, sobre o que falar diante de juízes e não apenas sobre roupas e comida. Interessante ver como Jesus preparou seus discípulos para todas as situações da vida, e algo que chama a atenção aqui é a ansiedade atrapalha na comunicação com o Espírito Santo, veja que Jesus diz, não fiqueis solícitos com o que haveis de dizer, mas o Espírito lhe ensinará. Ora concluo que para ouvir a voz do Espírito é necessário se desprender de preocupações e confiar em Deus. 

O cristão, precisa, conhecer as causas da ansiedade, segundo Freud a ansiedade surge quando a) o ego percebe uma clara ameaça a pessoa ( a chamada ansiedade realista); b) quando o id começa a ficar tão poderoso que ameaça dominar o ego e fazer com que a pessoa assuma um comportamento socialmente agressivo e sexualmente inaceitável (ansiedade neurótica); ou c) quando o superego se torna poderoso demais e faz com que a pessoa se sinta esmagada pela culpa ou vergonha (ansiedade moral). Posteriormente autores afastaram-se das teorias freudianas e passaram a ver a ansiedade menos como uma batalha instintiva interna e mais como resultado das pressões culturais e das ameaças do mundo em que vivemos.
Examinando essas e outras teorias, podemos concluir que a ansiedade é causada por ameaça, conflito, medo, carências, características fisiológicas, e diferenças individuais. Amplamente vistas no dia a dia das pessoas que nos rodeiam e no nosso também. É comum aos nossos dias estamos rodeados de crimes, separações seja por morte seja por divórcio, seja por mudança de estado ou cidade ou ate mesmo bairro, quantos já não sentiram ansiedade por causa de sua aparência pois quem não gostaria de está sempre de bem com o espelho?, e por que não falar na imagem que os demais tem ao nosso respeito? Há pessoas tão preocupadas com a imagem que esquecem que são seres humanos e acabam adoecendo, pois não há quem posso agradar a todos, satisfazer todas as expectativas dos pais, líderes, cônjuges patrão etc. os valores são outra causa de ansiedade, em ano político vemos o quanto a população em geral sofre de ansiedade pois muitos se vêem ameaçados face as novas escolhas políticas, pelas páginas da internet, telejornais e debates percebeu-se o quanto de ansiedade fora gerada no meio em especial dos evangélicos.
Outra das causas citadas acima são as diferenças individuais, é do conhecimento de todos ou de uma grande maioria, que as pessoas reagem de diferentes formas diante das situações que geram ansiedade. Enquanto algumas pessoas quase nunca ficam ansiosas, outras parecem está assim a maior parte do tempo, e muitas ficam entre esses dois extremos.
Por que essas diferenças existem? Talvez se possa encontrar a resposta nas experiências de aprendizagem, na personalidade, no ambiente social, na fisiologia e na teologia.
Grande parte dos comportamentos que temos são aprendidos em casa, observando desde crianças o comportamento dos pais e familiares ao nosso redor, essas experiências de aprendizagem podem gerar ansiedade. Cada pessoa tem história de vida diferente, as visões de mundo são diferentes e a ansiedade desse ponto de vista varia em freqüência e em intensidade. E assim também cada pessoa é diferente em personalidade uns são mais extrovertidos, outros mais calmos, alguns gostam de conversar para outros o silencio é o melhor dos professores, alguns são menos preocupados e conseguem relaxar, enquanto que outras pessoas nem conseguem dormir se não pagarem a conta de luz no dia certo. O ambiente social como alguém já disse é causa de ansiedade, instabilidade política, planos econômicos, alteração dos padrões morais ou declínio do interesse pela religião. A fisiologia influência bastante, dietas não balanceadas, quando há uma disfunção neurológica, ou quando há alterações bioquímicas. As crenças de uma pessoa estão estreitamente ligadas ao seu nível de ansiedade. Alguns religiosos, vão dizer que ansiedade é falta de fé ignorando as demais causas mencionadas até aqui, é bem verdade que um filho de Deus  deve confiar inteiramente naquele que criou os céus e a terra, o que sustenta o universo na ponta de seus dedos, Deus é perfeitamente capaz de suprir cada uma de nossas necessidades em Cristo Jesus. Todavia não podemos generalizar e sermos precipitados a ponto de dizer que este ou aquele sofre de ansiedade por que é um incrédulo. É preciso ensinar ao ansioso a viver de forma mais tranqüila, tudo na vida é aprendizado, que se adquire através de exercício constante e diário, com a ansiedade não é diferente, é preciso investigar as causas, mostrar soluções para o necessitado de paz e confiança.  Um cristão sensível jamais dirá outra pessoa para “se animar” ou “parar de se sentir ansioso”. A maioria de nós não se sente nem um pouco ajudada por um cristão bem intencionado, mas ingênuo, que afirma que a preocupação é um pecado que pode ser eliminado a qualquer hora, basta querer.
É comum no meio religioso a bem intencionada, ação do povo em aconselhar da forma citada acima, o que na maioria das vezes só piora a situação da pessoa que precisa de ajuda, a maioria procura o líder religioso de sua comunidade, para tomar conselhos ou aquela pessoa de oração, ou que demonstra uma vida piedosa, Deus em sua infinita misericórdia tem concedido sabedoria a muitos desses, mas nem sempre é assim, nota-se que muitos querem ser ajudadores mas não tem noção por onde começar ou o que fazer e algumas vezes se vêem obrigados a dizer alguma coisa e acabam atrapalhando mais do que ajudando.
Jesus através da Bíblia nos ensina como viver confiadamente no Senhor, entregando a ele todas as nossa preocupações, como já disse antes precisamos aprender a confiar, a própria Bíblia diz: “conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor”. Quanto mais eu conheço meu Senhor mais eu confio nele, quanto menos me apego ás minhas forças pra resolver certas questões mais dou liberdade a Deus para intervir, a Bíblia é um espelho e nos ensina a viver a realidade, sem fantasias ela faz com que entendamos a nós mesmos, e saber que temos fraquezas, erramos, temos conflitos, dúvidas, e que podemos ser honestos conosco e colocar tudo diante de Deus, para que possa ser tratado de forma eficaz. Ninguém alcança a cura mentindo a si mesmo sobre seus problemas, ou tentando camuflar orações como se tudo estivesse bem e Deus não precisasse mais fazer nada em seu favor. Em minha caminhada com Deus aprendi que a melhor maneira de ser tratada de diversos problemas é sendo honesta quando vou conversar com Deus, por que sei que posso lhe confiar cada uma de minhas alegrias ou tristezas e é assim que alcanço vitórias sobre tantas lutas, inclusive sobre a ansiedade que já me levou a um caso clínico de infarto.
em suma , podemos confiar em Deus que veste a erva do campo e alimenta os pássaros, e que diz que temos mais valor que as flores ou que os pássaros.


F.D.C.R
 estudo baseado no livro de Gary R. Collins Aconselhamento Cristão-Edição do Século 21

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