sábado, 13 de novembro de 2010

As aparências enganam a todos

pare-e-reflita

Os julgamentos de Deus são infinitamente mais profundos do que os nossos e absolutamente justos.
A nossa forma de olhar e compreender a vida é vítima da nossa condição pecadora e, por conta disso, com inúmeras chances de um julgamento errôneo.

Deus, o justo juiz, é aquele que olha a essência. Ele se aprofunda nas áreas onde nenhum olhar consegue penetrar. Sabe das nossas verdades mais do que nós mesmos.
Porque até mesmo o nosso julgamento a respeito de nós mesmos pode ser falho e segundo nosso orgulho e egoísmo. Somente através de um exercício de reconhecermos nossa limitação, buscando humildade perante Deus é que nos abrimos ao Seu espírito e, então, conseguimos nos aproximar passo a passo da verdade.
Nossos julgamentos costumam se centrar naquilo que podemos observar, naquilo que nossas faculdades mentais conseguem compreender da realidade. Assim foi durante toda a história da humanidade. Na época de Jesus, a sociedade olhava com bons olhos os fariseus, isso não é novidade para ninguém porque está muito bem descrito no evangelho. Jesus vem para trazer uma nova concepção.
Afirma que os últimos serão os primeiros, reconhece o valor do pobre, senta-se no poço com samaritanos, toca nos leprosos, almoça com ladrões, deixa seus pés serem lavados por uma prostituta. Tudo o que provavelmente ninguém faria.
Embora a palavra de Deus exerça muita influencia no comportamento humano, devido ao pecado, pouquíssimas coisas mudaram desde a época que Jesus nasceu. Ou seja, nós ainda continuamos errando nos nossos julgamentos e ainda continuamos valorizando as pessoas pela aparência, sem fazer o esforço de chegar naquilo que é  profundo.
Com a diferença que, pelo fato de termos acesso a palavra de Deus, corremos o risco de achar que a informação que o evangelho nos traz nos isenta da possibilidade de erros no julgar.
Isso é uma armadilha.
Continuamos olhando obras e aparência. Políticos são corruptos, prostitutas pecadoras; portanto ruins. Aqueles que servem a Deus, sejam eles pastores, padres, fiéis, são convertidos, portanto, bons.
Na época de Jesus os fariseus também eram aqueles cujas obras eram boas. Mas, no reino de Deus, obra e aparência não quer dizer nada. O que importa é a coerência entre as obras e o interior da pessoa. E somente Deus é capaz de julgar essa coerência.
Temos que nos desvencilhar da casca que nos envolve. Por vezes ele é um grande perigo. Existem cascas que evidenciam que a pessoa está perdida e precisando de ajuda.
Pensemos em alguém viciado em drogas, ou no álcool.
Pensemos em alguém cuja sexualidade esteja adoecida e ela esteja entregue a prostituição.
Pensemos em tantos outros problemas que amarram o ser humano como a violência, o roubo, a gula, a preguiça, e afins.
Quando uma pessoa passa por situações como essas, fica evidente a necessidade de ajuda, fica evidente que ela caminha rumo ao fundo do poço. É provável que uma hora ela reconheça que esteja mesmo no fundo do poço e peça por ajuda.
E mais, é provável que ela realmente sinta que precisa de Jesus, como única fonte de salvação para a vida dela. E, dessa forma, reconheça sua limitação, se arrependa e encontre-se com Deus.
As vezes, um problema evidente é muito mais fácil de encontrar solução, embora pareça que não. Se a própria pessoa não reconhece que precisa de ajuda, de uma forma ou de outras, aqueles que estão próximos sempre a oferecem, porque eles percebem.
Entretanto, a condição humana que nos leva a nos perdermos pelo caminho esta presente em todos nós, sem exceção.
Muitas pessoas tidas como “saudáveis”, como aquelas que nunca deram trabalho, como bem sucedidas, estão de alguma forma perdidas também. Tão perdidas como alguém perdido nas drogas.
A diferença está na casca.
Por ser uma pessoa socialmente produtiva ela não aparenta estar perdida. E pior, o drogado tem muitas vozes dizendo que ele está errado e perdido, o “saudável” não tem nenhuma, muitas vezes, nem a dele próprio.
Portanto, vai seguir uma vida inteira caminhando numa direção contraria a da sua verdade, pode precisar de muitos e muitos anos para descobrir que ele não sabia quem ele era e que precisava da ajuda de Deus e daqueles que lhe são próximos. Mesmo aqueles que, teoricamente, já se encontraram com Jesus, e aqueles que servem a Ele com intensidade, correm o risco de estarem perdidos. Como não estavam perdidos em algo evidente, não perceberam que estavam perdidos.
O que será que corresponde a droga na sua vida? O que será que tem aparência de algo positivo, mas te leva a se perder de você mesmo e de Deus? Pode ser tua profissão, algumas pessoas, teu lazer, tua escola, tua empresa, até mesmo tua igreja. Sim, até mesmo o teu serviço a Deus pode ser prejudicial, porque ele tem aparência de algo positivo e te diz, e reforça que você está no caminho certo.
Porém, é preciso ir além da aparência e perceber quais os frutos internos do seu serviço a Deus. Os externos podem ser excelentes, mas os internos podem te levar ao orgulho, ao egoísmo, etc.
Examine-se segundo a luz do evangelho, examine-se sempre de joelhos reconhecendo-se pequeno necessitando da presença do Espírito Santo para potencializar o seu auto-julgamento. Muitas vezes, o perdido nas drogas está muito mais próximo de Deus do que o “convertido”, primeiro porque Deus busca as ovelhas perdidas, segundo porque está mais evidente que ele precisa da presença de Deus.
As circunstancias dizem isso a ele.
Cuidado quando as suas circunstancias dizem que você está muito próximo de Deus, você pode estar se enganando pelas aparências, assim como os fariseus. Queira ser Maria Madalena, queira a graça de se reconhecer pecador e derramar lagrimas aos pés de Jesus.
O reino de Deus é um reino que foge a nossa compreensão, reino de contrários a lógica humana, reino que golpeia a nossa inteligência. Somente aquele desce do Olimpo e de suas certezas é que se encontra com o Deus vivo e verdadeiro  que tem preferência pelos fracos e pelos humildes.

Fonte- http://www.duasasas.com/
Felipe Savietto

2 comentários:

  1. Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração. (1 Samuel 16:7)

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