quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

FINAL DE ANO E SUICÍDIO




Natal é época propensa ao aumento de suicídios. Não deveria ser, mas esse foi o alerta disparado por psiquiatras e psicólogos recentemente. A notícia é estranha e aparentemente paradoxal, já que naturalmente final de ano deveria ser caracterizado como momento ímpar com a celebração da felicidade, alegria e reunião familiar. É, mas apesar do Natal ser uma época de festividades para a maioria das pessoas, alguns tem nesse momento os seus piores pesadelos psicológicos.
Pergunto-me, então, qual a razão disso? Por quê no final do ano as pessoas tendem a tirar suas próprias vidas? Em tom técnico, com respostas superficiais, os especialistas só dizem que existe o afloramento da tendência suicida daqueles que sofrem de depressão e transtorno bipolar. O que dá na mesma, é claro.
Suicídio é tema conturbado. Em alguns casos é aparentemente inexplicável. Depois que eventos dessa natureza acontecem amigos e familiares geralmente levantam o mesmo questionamento: Por qual motivo?
A questão é que final de ano é propenso à reflexão retro e introspectiva. Naturalmente, temos a tendência de olhar para trás e para dentro, para ver por onde passamos e o quê fizemos.
No inicio do ano eram tantos sonhos, projetos e propósitos. Metas haviam sido estipuladas, mas não foram atingidas. Idéias foram elaboradas, mas não executadas. Alguns queriam emagrecer, ficar ricos, atingir o sucesso, mas nada se concretizou. Outros, prometeram abandonar o álcool ou as drogas, mas não conseguiram. Tudo ficou pelo caminho. Estacionaram no “mas”.
Talvez. Simplesmente talvez, paira nessas pessoas o sentimento de vazio. Algo que ficou por fazer. Palavras que não foram ditas. Desculpas que não foram pedidas. Perdões que não foram concedidos. Abraços que não foram dados.
Enfim. Final de ano é momento de acerto de contas. Não com nossos superiores, mas conosco mesmos. E esse é o pior tipo de acerto de contas, depois daquele do final de nossas vidas.
Final de ano é tempo de ver o que ficou para trás; de colocar tudo em pratos limpos; e nos pesarmos na balança fiel. O problema é que quando se percebe que o saldo restou negativo; e que o ano foi vazio, sem sentido e sem significados, o desespero toma conta do ser. Nesse caso, o suicídio apresenta-se como uma possível saída. Mas não é. É somente um escape aparente que na realidade complicará ainda mais as coisas, aliás, infinitamente mais, isso porque a morte não é a última parada da nossa existência. Ela simplesmente abrirá as portas para prestarmos as contas perante o Criador de todas as coisas (Hb. 9.7; Rm. 14.12). Depois disso, não haverá oportunidades para descupas e arrependimentos. O tempo é agora. Somente agora.
Por isso, se neste final de ano você se encontra com o sentimento de que algo não foi feito e que sua vida não tem sentido, a ponto de pensar em  tirá-la, vale aqui o  conselho de Paulo ao carcereiro em Filipos, que em momento de desepero também pensava em se suicidar: “NÃO TE FAÇAS NENHUM MAL” (At. 16.28), pois a vida é dom de Deus, e o propósito Dele é que você tenha vida, e vida em abundância (Jo 10.10).

Fonte:  http://comoviveremos.com/2008/12/13/final-de-ano-e-suicidio/
por Valmir Nascimento

Nenhum comentário:

Postar um comentário