segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os problemas da juventude

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Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Das etapas da vida humana corrente, existem duas que, por serem as formativas do caráter e preparatórias do espírito para a luta, merecem a mais acentuada preocupação por parte dos pais, dos professores que tenham como encargo a tarefa de educar, e das autoridades cuja função seja a de zelar pelo futuro das gerações jovens: a infância propriamente dita, que vai até os doze anos, e a juventude, que, partindo da adolescência, se interna na vida depois dos vinte e cinco anos, oportunidade em que esta haverá de exigir, como dever irrecusável, uma contribuição à sociedade humana em termos de cultura, capacidade e iniciativa.
É uma verdade inegável que a educação da infância e da juventude tem sido visivelmente descuidada em quase todos os povos do mundo, apesar de geralmente se pensar que, nas salas de aula das escolas, o aluno recebe educação suficiente e que, cumpridos os programas de estudo, ele terá completado sua preparação. A experiência já demonstrou que não é assim. As crianças precisam ser preservadas de todo elemento nocivo ou pernicioso para seu espírito: escutar conversações impróprias para sua idade, ou delas participar; companhias inadequadas; leituras inconvenientes; filmes não recomendáveis para sua incipiente reflexão, etc.
A sociedade tem procurado formar profissionais, não homens.
Quanto à juventude, faz-se imprescindível uma preparação que lhe permita enfrentar com inteligência e valentia as contingências da vida; em poucas palavras, o que a alma do jovem requer são estímulos sadios e nobres, como também raciocínios férteis sobre sua conduta e as perspectivas que, de acordo com ela, haverão de se abrir para o seu futuro. Acima de tudo isso, porém, será mister orientá-lo sobre as experiências instrutivas das lutas diárias, sobre modos de conduzir-se e, principalmente, sobre a importância que seu próprio porvir tem para ele e para a sociedade.
Sabe-se que nem todos os jovens oferecem as condições requeridas para cumprir, mais tarde, altas funções em quaisquer das atividades em que, por sua inclinação natural e vocação, lhes tocasse atuar, e que nem todos serão chamados a assumir responsabilidades de vital importância em posições que requeiram a influência efetiva da capacidade pessoal, ou seja, uma competência superior; mas não haverá dúvida de que um treinamento adequado permitirá que sejam muitos mais os que se capacitem e se destaquem num amanhã, quando a pátria, e talvez a humanidade, deles necessitem.
Parece, e muitos são os motivos pelos quais isto já pôde ser confirmado, que em todos os povos do mundo os afãs da sociedade humana tenderam a formar profissionais da ciência, da política, do comércio, da indústria, etc., mas não a formar homens, homens a quem os próprios povos poderiam confiar seus altos destinos em todos os aspectos da vida política, social e cultural, com miras perduráveis de progresso e unidade moral. 
Trechos extraídos de artigo da Coletêna da Revista Logosofia Tomo I pág. 121
fonte http://www.logosofia.org.br

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